quinta-feira, 11 de março de 2010

Karl Marx

NOGUEIRA, Marialba Rigotti

(...) Foi Marx que estabeleceu um programa de reinvindicações socialistas após as agitações que tomaram conta de Paris em 1848. À aplicação desse programa no âmbito político deu-se o nome de comunismo. Em resumo, disse Marx:

“Não adianta, nas atuais condições do mundo, querer fazer triunfar o regime socialista por processos prograssistas ou persuasivos. Contra a força só pode vencer outra força maior. Os trabalhadores assalariados precisam, pois, assumir o poder pela violência e implantar a ditadura do proletariado, contituindo um governo que tomará conta de todas as terras e fábricas, ou, enfim, de todas as fontes de produção. Ninguém será proprietário de qualquer coisa que possa dar lucro, e todos, na medida de duas capacidades, trabalharão para o Estado, que procederá à divisão dos frutos desse trabalho.” (...)

Para continuar a ler este trabalho clique aqui

Práticas Pedagógicas Atuais: Fruto De Grandes Transformações?

MAGALHÃES, Viviane Tibúrcio de

O panorama educacional do Brasil deixa claro que a educação é fruto de grandes transformações ao longo do século XX. Suas práticas pedagógicas tem relação direta com os movimentos políticos e sociais em prol de uma educação de qualidade, menos tecnicista, mais justa e igualitária, baseada na concepção Liberal de educação.

A educação no Brasil anterior a década de 20 tinha sua base pautada na Educação Religiosa que aos poucos foi sendo substituída por práticas de ensino desvinculadas da religião. Esta foi uma década marcada pelo movimento “Entusiasmo pela Educação”, que tinha como objetivo, expandir a rede escolar com a intenção de diminuir interesses políticos de quantificação, pois com o fim do regime escravocrata e um grande crescimento industrial, surge o trabalho assalariado que abre espaço para o aparecimento de carreiras intelectuais e burocráticas, fazendo com que as famílias percebessem a escola como um caminho para seus filhos e que as discussões políticas girassem em torno da necessidade de extensão da escola pública ao proletariado.
Para continuar a ler este trabalho clique aqui.

As Máscaras do Poder e a Conquista da Liberdade: Desafios de uma Educação Emancipatória

SILVA, Ledys Alexia Souza Maia

A história das relações sociais é uma busca incessante da liberdade, da equidade; do reconhecimento da pessoa e rompimentos estruturais que alimentam o poder e excluem, por conseguinte, a todos e todas que reivindicam, desde o inicio do capitalismo, uma organização social justa e atenta às problemáticas de seu tempo.

Diante de tantas crises entre os indivíduos e seus grupos, pensa-se, naturalmente, em soluções para os conflitos e desconstrução das estruturas de poder que mascaram qualquer tipo de humanização. As guerras e revoluções do século XX são exemplo e pano de fundo da sede de mudança de muitos. A ganância daqueles que moralizaram e controlaram comportamentos, não conseguiu aniquilar ideias e ideais de quem reivindicava a democracia. (...)

Para continuar a ler este trabalho clique aqui

“NEOLIBERALISMO é o novo caráter do velho capitalismo” (Frei Betto)

MIRANDA, Izilda da Silva

Desde as primeiras acumulações de capitais, ocorridas ainda nos tempos medievais até os dias de hoje, percebemos que a riqueza acumulada por alguns setores da sociedade foi feita à custa da exploração de uma massa que vivia orquestrada pela ideologia teocêntrica da Igreja.

No início dos tempos modernos, o comércio europeu em estagnação necessitava expandir-se. O Estado interventor absolutista, apoiado pela burguesia, lançaram mão das práticas mercantilistas. Os países ibéricos deram um grande passo iniciando a colonização do Novo Mundo, fato que custou a vida de milhares de pessoas. Em contrapartida, formou-se uma elite colonial que possuía uma forte relação com o pacto colonial, pois, estava interessada em garantir seus interesses particulares.

Toda a estrutura da colonização foi abençoada pela Igreja, que em nome da expansão da fé cristã, facilitou a europeização sobre o novo continente, mas não combateu a dizimação dos ameríndios e a escravidão de africanos.

Com o advento da Revolução Industrial, no século XVIII, o capitalismo consolidava-se, bem como, o Estado Liberal. A Europa, começando pela Inglaterra, adquiria a hegemonia mundial. Entretanto, a classe operária reagiu à “escravidão branca” a que lhe foi imposta e, influenciada pelas idéias socialistas e anarquistas perceberam que somente politizados e conscientes de que é o trabalho que gera riquezas, conseguiram o direito ao voto, a diminuição da jornada de trabalho e melhores salários.

No final do século XIX, a burguesia européia ficou estarrecida como a ação revolucionária dos comunards – pela primeira vez, acontecia em Paris a formação de um governo socialista – “O temor à “Revolução Proletária – A comuna de Paris foi importante não apenas por aquilo que realizou, mas também por aquilo que anunciou; foi mais formidável como símbolo do que como fato. Sua história verdadeira é obscurecida pelo mito enormemente poderoso que gerou, tanto na França como (através de Karl Marx) no movimento socialista internacional; um mito que reverbera até hoje (...)” (E.Hobsbawm.A era do Capital: 1848 – 1875 – 3- Ed- Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1982).

A Segunda Revolução Industrial – 1850 a 1945, não garantiu a todas as potências econômicas européias o direito de explorar igualmente os povos afroasiáticos. Divergências e disputas, associadas ao nacionalismo, levaram aos grandes conflitos mundiais do século XX.

Além das ditaduras de extrema direita, o mundo capitalista foi fortemente abalado pela Grande Depressão. O Estado liberal estava em crise, para solucionar os problemas do velho capitalismo, entrou em ação o Estado Keynesiano.
No Brasil, Vargas com claras intenções de permanecer o maior tempo possível no poder, atendeu as reivindicações da classe operária brasileira. De certa forma, ou bem ou mal, o estado do bem-estar social, tinha sido inaugurado no país.

As contradições do governo Varguista levaram à sua queda em 1945. Diante de uma nova ordem mundial, os governos democráticos que sucederam a Era Vargas, foram fortemente pressionados pela Guerra Fria. Os Estados Unidos da América passaram a intervir diretamente no Brasil, através de grandes empréstimos ou através das transnacionais, que aqui passaram a controlar todos os setores da nossa economia. A interferência ficou clara, quando em 1964, o presidente civil João Goulart foi deposto pelo golpe militar. Iniciava-se os longos anos da ditadura, benéfica apenas para alguns setores da sociedade, mas prejudicial ao resto da população . Aumento da desigualdade social, favelização, analfabetismo e mortalidade infantil estavam estampados em todos os cantos do país.

A partir de 1973, a ditadura militar caía em desgraça. O “milagre brasileiro” ruía-se. Em 1985, o povo brasileiro acreditava que a repressão já era coisa do passado. Inaugurava-se a “Nova República”.

Em 1989, em uma das mais espetaculares campanhas presidenciais já vista nesse país, o povo foi às urnas para escolher entre um candidato operário ou um candidato “caçador de marajás”. Collor de Mello, foi eleito e fez exatamente como queria os defensores do “neoliberalismo”: abriu a economia do país, colocou o Brasil na era da economia globalizada. Mas, foi o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002) que satisfez o grande capital. Utilizando argumentos de que o neoliberalismo seria capaz de promover o crescimento do Estado, bem como o bem estar da população iniciou uma onde de privatizações e de juros altos que satisfaziam o mercado financeiro.

Em 2008, a crise financeira internacional colocou em xeque o capitalismo neoliberal. O Estado é chamado a intervir novamente. “Na lógica neoliberal o impensável aconteceu: o Estado deixou de ser “invisível” para voltar a ser “visível”. Em outras palavras, a intervenção do Estado tem sido regra e não a exceção por muitas décadas.“É o pendulo do relógio que, mais uma vez, se movimenta, a sinalizar que mais um ciclo do capitalismo chega ao fim”(Dejalma Cremonese”). É só esperar para ver.

terça-feira, 9 de março de 2010

A Educação frente aos interesses do Neoliberalismo

COSTA, Samantha Sampaio da

Em uma sociedade capitalista, o Estado atende aos interesses do capital. A escola, que funciona, na maioria dos casos, como aparelho ideológico do Estado, acaba sendo um dos meios de garantir os interesses do capital e de reproduzir as desigualdades sociais.

Para que o sistema capitalista se mantenha, é necessário que o pensamento da população seja homogêneo. Não é interessante para o Estado nem para o capital, que as escolas formem pessoas conscientes e críticas. E é através da escola, além dos grandes meios de comunicação em massa, que Estado e capital irão difundir determinada maneira de pensar.

A partir da metade dos anos 40 até meados dos anos 70 do século XX, período de expansão do sistema capitalista e da consolidação do Estado do bem-estar social, é evidente o uso da educação para uniformizar a sociedade.

O Taylorismo e o Fordismo são a base do Estado do bem-estar social. As empresas e o Estado necessitam de uma população “especialista” e não com uma visão totalizante. São necessários apenas técnicos e não há a necessidade de universidade para todos.

Com o advento do neoliberalismo, a subordinação do Estado passa a ser maior e, dessa forma, a educação se torna ainda mais subordinada aos interesses financeiros. O Estado, que garantia serviços públicos, vai se tornando mínimo. A privatização passa a ser a marca do Estado. O que era público passa a ser considerado ineficiente e não lucrativo, e vai para as mãos do capital privado.

Com a venda das estatais, o Estado teria mais tempo, eficiência e dinheiro para investir na sociedade. Mas, o que ocorreu, se deu de forma contrária. Saúde, previdência, educação ficaram com verbas mínimas, enquanto os altos investimentos eram feitos em estradas, hidrelétricas, em infra-estruturas para o desenvolvimento dos setores privados da economia.

A educação se tornou uma mercadoria, e a escola passou a ter fregueses. Esses querem satisfazer suas necessidades e seus desejos criados pelo capital. O meio utilizado para se ter capacidade de satisfazer esses desejos é a escola. Essa é a garantia de se dar bem na vida e enriquecer. A competição e o desejo de ser reconhecido chegam às escolas. Fregueses e professores passam a fazer de tudo para a “formação” para o mercado de trabalho.

Se até a escola contribui para a manutenção desse sistema disseminador da desigualdade social, parece não haver saída. Porém, a educação pode romper com esse ciclo de alienação. A sociedade é condicionada pela base material, mas não é determinada. Existe a possibilidade de rompimento. A educação também reproduz os conflitos existentes na sociedade podendo criar no indivíduo a consciência crítica. Esse indivíduo pensante pode agir e transformar a realidade.
A participação do professor como agente social pode desfazer os nós que prendem os alunos e torná-los livres da ideologia imposta pela economia.

A educação não vai derrubar por terra o sistema neoliberal, suas desigualdades e a competição desenfreada, mas pode aflorar no indivíduo a ambigüidade e o incômodo. Esse indivíduo pode ter seus olhos abertos, se ver e se reconhecer perante os outros indivíduos. Se reconhecendo e reconhecendo o seu papel na sociedade, o indivíduo não irá só satisfazer as necessidades criadas pelo sistema neoliberal, mas passará a agir na sociedade e a mudar a história.

De tal maneira, parece existir uma guerra entre a educação crítica e a realidade imposta. O neoliberalismo vai se mantendo e se reproduzindo. Enquanto isso, novos seres pensantes surgem, educadores agem e pequenas transformações acontecem na sociedade.

A Universidade Hoje

ZAMPIERI, Gabrielle Costa

Com a reforma do Estado, a educação deixa de ser um direito dos cidadãos e passa a ser como qualquer outro serviço, que pode ser terceirizado ou privatizado. A educação não mais é vista como direito de todos, mas dos ricos e, “ os ricos devem pagar pelos pobres”. Com essa reforma, o Estado transforma a educação, de direito em serviço e, percebe a universidade como prestadora de serviço. Ela, então, passa a ser uma instituição empresarial, administradora, capaz de gerar receitas e capturar recursos externos.
A reforma marca o início de uma luta das universidades públicas pela “autonomia” universitária, ou seja, o poder que antes vinha dos atos da presidência da republica, passou para as mãos da própria universidade e, a ela caberia instituir democraticamente suas próprias normas, através de seus órgãos representativos.
Com essa luta, a universidade passa de “instituição social” para “organização social”, com base nas novas formas do capital. Essa passagem dá a ela uma igualdade administrativa, como a de uma empresa, ou seja, a administração é percebida e praticada segundo um conjunto de normas gerais desprovidas de conteúdos particulares, aplicadas a todas as manifestações sociais.

A universidade, então, passa a ser entidade isolada, cuja eficácia se mede em termos de gestão de recursos e estágios de desempenho, cuja articulação se dá por meio da competição. Essa mudança na universidade ocorreu em três etapas sucessivas. Universidade funcional, universidade de resultados e universidade operacional.
A universidade funcional oferecia a classe média ascensão social e privilégios através do diploma universitário. Essa universidade buscava formar profissionais qualificados para o mercado de trabalho. Para isso alterou suas metas a fim de garantir inserção dos seus estudantes no mercado de trabalho.
A universidade de resultados aconteceu naquele período em que houve uma expansão de escolas privadas, sem deixar de alimentar a classe média para ascensão social. Abriu espaço para parceria com empresas privadas que financiavam pesquisas com interesses particulares, assim essa universidade garantiu à sociedade os resultados pelo qual ficou marcada.

A universidade operacional está voltada para si mesma, busca quantidade e não qualidade. Essa universidade perde sua marca essencial que é a formação.

Essas universidades foram as formadoras dos educadores que atuam nas escolas. E esses vão reproduzir essa formação baseada na função e nos resultados esperados pelo sistema financeiro. Pode-se perceber que as escolas também passam a ser organizações que buscam resultados, seja nos vestibulares, no número de alunos ou no reconhecimento social. O vestibular se tornou o principal objetivo da educação, que foi perdendo sua verdadeira essência.
As instituições privadas têm a necessidade de apresentar os resultados para que se mantenham no mercado competitivo. As escolas públicas, que deveriam oferecer a formação integral, foram “abandonadas” pelo Estado, fato que é favorável ao neoliberalismo, já que “alivia” os gastos do Estado e garante mais um meio de se obter lucros.
Analisando dessa maneira, fica difícil de visualizar uma saída para esse processo de formação de indivíduos especializados e adequados ao sistema.

Porém, é nas escolas e nas universidades, que pode-se vislumbrar a formação integral dos indivíduos. A economia é condicionante nas instituições que reproduzem a sociedade, porém essas instituições também reproduzem os conflitos da sociedade. E é aí que educadores das escolas, públicas ou privadas e das universidades podem realmente educar e transformar. Se esses educadores se entendem como parte de uma sociedade desigual e baseada em interesses e conseguem ter consciência disso, então existe a possibilidade de conduzir a uma formação mais reflexiva, transformadora e não totalmente vinculada a reprodução do neoliberalismo.

Reflexão sobre o perfil educacional dos anos 70 aos dias de hoje

OLIVEIRA, Maria Luciana Ricetto


Ao longo da história da humanidade, por inúmeras vezes percebemos a sensibilidade de alguns educadores em utilizar a educação como ferramenta capaz de transformar, minimizar e equilibrar situações de desigualdade nos âmbitos sociais, intelectuais, comprovando a tese de que somente pela educação transformaremos e formaremos seres capazes de reproduzirem com consciência o seu papel em uma sociedade devidamente organizada. Sabemos que na prática isso nem sempre se tornou viável e nos dias de hoje colhemos os frutos de uma educação fragmentada, que resiste aos percalços do tempo, mas que ainda me parece ser a única forma de equilíbrio, justiça e igualdade entre os seres humanos e o espaço onde vivem.

Analisando a história da educação no Brasil no nível superior nos últimos 40 anos segundo estudo do texto de Marilena Chauí, podemos verificar que os interesses da minoria estão sempre a frente, minoria esta capaz de aplicar na educação os interesses que motivam a sua classe específica. Nos anos 70 tivemos claramente nas universidades brasileiras o período da “Universidade Funcional”, onde o governo era o grande gestor dos interesses educacionais, repassando assim para o ensino superior a formação de mão-de-obra capaz de suprir as necessidades do governo naquele momento histórico, ou seja, havia o adestramento dos estudantes em benefício dos interesses estatais representados neste momento pelo Militarismo. Nos anos 80 com a transição do Militarismo para o Presidencialismo, a nomenclatura para as universidades passou a ser “Universidade de Resultados”, onde as empresas, movidas pelo Capitalismo desenfreado investem nas pesquisas em âmbito de ensino superior a fim de que mais uma vez na história, as necessidades de tal setor fossem comodamente supridas pela massa estudantil. Com o advindo dos anos 90, as mesmas universidades passaram a “Universidade Operacional” onde a aceleração dos estudos é primordial e se evidencia a valorização da pesquisa em detrimento à formação, pesquisa esta amplamente contestada por muitos estudiosos por entenderem que a mesma não produz a curiosidade capaz de evidenciar o “novo”.

A educação na verdade resistiu a todas as transformações e injustiças ao longo de sua trajetória pelo simples fato de que em todos os tempos tivemos educadores brilhantes capazes de contestar os interesses de alguns em detrimento do equilíbrio social pela educação. Penso que enquanto tivermos a chama viva da responsabilidade que nós educadores acendemos, quando optamos pela missão de educar e sermos educados em nossa consciência e prática educacional, estaremos minimizando e contribuindo para uma sociedade mais justa, livre e equilibrada e vislumbraremos um futuro como tantos outros imaginaram no passado, livre das amarras dos interesses da minoria.

Universidade Operacional: de Instituição Social à Organização Social

ZAMBONIL, Cinara da Silva Barros

A sociedade brasileira como um todo sofreu mudanças em sua forma estrutural ao longo de sua história a fim de instituir e administrar uma reforma na qual objetiva-se conquistar um Estado de Bem-estar. E tais mudanças provocaram alterações fundamentais e históricas na educação e, sobretudo à condição de atuação social da universidade, ou seja, esta que passa da condição de uma instituição social à de uma organização social. O que faz prevalecer desde a década de noventa até a atualidade a universidade do tipo operacional, a qual será abordada neste trabalho de pesquisa conjuntamente com a influência exercida pelo Estado e pelo mercado em seu funcionamento.

Para ler este trabalho na íntegra clique aqui

Concepções Liberais e Interventoras de Estado

PATTA, Célio


A atual crise econômica fez ressurgir os debates sobre o Estado Liberal, o Estado de bem-estar social e também o significado da educação nos dias atuais dentro das concepções Liberal, Crítica Reprodutiva ou ainda Crítica Dialética.

Qual sistema mais eficiente e seguro? Qual seria mais indicado aos países emergentes como o Brasil?

O liberalismo carrega consigo uma independência e a crença de que o Estado não deve interferir na sociedade e na economia, o mercado consegue por si só ordenar um funcionamento perfeito estabelecido pela lei da oferta e procura, portanto, não deveria caber ao Estado controlar ou interferir neste “perfeito” funcionamento. Prega também uma igualdade, mesmo que abstrata, onde todos teriam as mesmas chances de crescer economicamente, pois em geral não existe igualdade real quando só os proprietários burgueses têm plena condição de exercer a cidadania. A educação liberal é vista como complemento de um Estado Liberal burguês, é conservadora e defende a ordem sobre a desordem, apresenta-se como um meio de equalizar as oportunidades destacando que só depende do individuo o seu crescimento, defende que as oportunidades são para todos desde que bem aproveitadas.

Já o Estado de Bem-estar social apresenta-se como um interventor, um provedor que pode sanar as desigualdades dentro da sociedade. Nasceu como uma crítica a economia de livre mercado em uma época onde a economia era cada vez mais dominada por imensas corporações que tornavam balela o termo “perfeita competição” e economistas críticos de Karl Marx podiam observar como ele se mostrava correto, especialmente em sua previsão da crescente concentração de capitais. Deve figurar entre as atribuições e garantias de um Estado interventor: o pleno emprego, a ajuda social, leis trabalhistas, sistema de saúde, educação. Para financiar estes programas o Estado deve ter uma máquina de arrecadação de impostos bem estruturada. Dentro do contexto de Estado de Bem-estar social é que se enquadra a educação Crítica Reprodutiva de Loui Altusser onde a escola é o aparelho ideológico do Estado e que, portanto, na prática ela reproduz aquilo que interessa ao capital,ou seja, em uma sociedade desigual reproduz as desigualdades sociais. Para Marx não é o pensamento que condiciona a realidade e sim a realidade é que condiciona ou determina o pensamento, um exemplo de países onde ela prevaleceu foi: nas universidades da França Napoleônica e no socialismo Russo.

A Educação Critica dialética apareceu no Brasil na década de 70, é influenciada por Marx quando apresenta um método de analise das realidades socioeconômicas de determinada época, ela reproduz os conflitos existentes na sociedade como um todo. O marxismo acredita que o Estado administra os conflitos existentes num grupo social sempre em favor dos grupos dominantes, ou seja, dos que detêm a posse dos meios de produção. Para ele, quem é dono dos meios de produção, controla o Poder. Em outras palavras, a classe dominante coloca o Estado a serviço da manutenção do status quo.

No caso da educação, o conceito reprodução dialética significa que a escola prepara as crianças das famílias proprietárias para continuarem sendo detentoras dos meios de produção e os filhos das famílias que não possuem esses bens (os proletários) para que continuem vendendo sua força de trabalho.