segunda-feira, 19 de julho de 2010

Prática Pedagógica

NOGUEIRA, Marialba Rigotti

A mudança do nosso fazer só acontece quando aceitamos a nossa identidade de educadores. Disse Paulo Freire “Não existe docência sem discentes”. O processo educacional não é unilateral. Formar alguém não é uma questão de força, mas de convencimento e isso só torna-se possível com o consentimento do outro.

Escreveu Constança Caminha que “Todo conhecimento transmitido é um conhecimento social. Para ensinar Matemática, tem-se que trabalhar relações que vão além dos conhecimentos físicos e sociais. Esses conhecimentos são a base de todos os outros conhecimentos, como o lógico-matemático.”

O conhecimento lógico-matemático é abstrato, só existe diante de uma situação, muitas vezes provocada pela escola. Cabe a escola criar situações de estímulo, de análise e de descoberta que garantam ao aluno uma base física e social que lhe possibilitem o estabelecimento de relações e, assim, o conhecimento lógico-matemático. Todos os conhecimentos sociais e físicos são a base desse conhecimento.

As pessoas não nascem humanas, elas tornam-se humanas no decorrer do processo de formação que recebem ao longo de suas vidas, elas têm que ser cuidadas para se humanizarem. Dentro do modelo complexo da sociedade atual não existe grau de importância; o papel de cada cidadão em busca de um objetivo comum tem grande importância.

Nos primórdios da escola, o princípio norteador de todo o processo de aprendizagem partia do questionamento: “quem sou eu?” Após a Revolução Industrial, a escola passa a funcionar como uma linha de produção: tempo determinado para produzir cada vez mais, tudo sob o olhar vigilante e autoritário de um supervisor. A preocupação passa a ser o quanto se conseguiu produzir. Mudou a forma de pensar; saímos do “quem sou eu” e passamos para o “produzir a qualquer preço”. Chegamos à necessidade de voltar aos primórdios, ao “quem sou eu?”

É necessária a transmissão dos conhecimentos para, no mínimo, manter a identidade da sociedade ao longo da História. É de grande importância ter em mente que a escola não deve dar conta (e nem daria!) de acompanhar as mudanças/evoluções sociais. A escola deve, sim, fundamentar os alicerces do conhecimento para embasar as ações de quem passa por ela.

A humanização agora deve partir de uma escola de hoje, revendo mecanismos de uma escola de ontem.

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